Senti-me usada e o meu coração foi quebrado em mil pedaços. Ainda não acredito que superei toda a dor que me consumiu durante dias sem fim, que me atacava a alma e a fazia chorar de verdade.
Acreditei que podíamos ficar juntos para sempre, como nos contos de fadas. Acreditei que me amaste como eu te amei a ti. Todas as palavras, todos os carinhos, todos os beijos não passaram de uma mentira que foi iludindo o meu coração até me dar conta de quem tu eras realmente. Disfarçaste a cobardia dizendo que eu merecia alguém melhor que tu ao meu lado e hoje não poderia concordar mais com tais palavras.
O teu coração estava falsamente confuso. Dei-te o espaço que falsamente precisavas. Vi-te escapar por entre as minhas mãos e apenas a tua ausência deixaste nos meus braços.
Aos poucos fui-me recompondo e quando as lágrimas estavam prestes a secar, voltaste. Mas não sozinho. Vinhas de mão dada com outra.
Jurei a mim mesma que iria levantar a cabeça e que nunca mais me irias voltar a ver chorar por ti. Jurei que iria esquecer o teu nome e tudo aquilo que me fez amar-te, até porque isso não existia mais.
Consegui. Hoje não me arrependo de te ter perdido.
Quarta-feira, 7 de Julho de 2010
O amanhã pode não existir mais se o coração desistir de lutar. O meu desistiu há muito tempo atrás. E hoje a espera é angustiante. Não saber o amanhã consome-me a alma, o meu ser. Cada vez mais um silêncio vazio se ouve dentro de mim. As batidas do coração já são escassas. E sinto que se perdem com o tempo. Tu apunhalaste o meu coração e ele agora está ferido.
"Sabes o que tudo isto deixou claro para mim? Não temos ideia de como será a nossa vida daqui a 5 anos, ou no próximo ano, na próxima semana. Tudo se transforma em pouco tempo. E as coisas que realmente importam… Tu não vais querer olhar para trás e perceber que as perdeste… Enquanto esperavas. Tu sabes o quanto eu te amo."
Charlie Epps
Os lençóis foram outrora paixão. Agora a janela do quarto está fechada e trancada e só o pequeno candeeiro dá luz, já fraca e a esmorecer. As paredes são agora pintadas de um frio claro, a parecer branco.
Estou descalça no quarto, no meio de quatro paredes, em frente à cama que testemunhara o amor que morreu.
Estou descalça e vazia. Não, vazia não. Aliás, toda eu sou saudade.
Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009