Era uma vez uma menina tímida. Patrícia, vinte e dois anos, um metro e cinquenta e oito de altura. Hoje escrevo sobre mim. Quem sou. De onde venho. Para onde quero ir.
Quase licenciada em Matemática Aplicada, divido-me entre números e letras para me completar. Sempre fui uma aluna exemplar, até chegar à faculdade e sentir o sabor da liberdade. Foi também na faculdade que a paixão da escrita se reacendeu, pois refugiei-me nela quando as saudades de casa eram maiores; quando encontrei o amor e ele me fugiu entre as mãos.
Portuguesa. Filha mais velha dos melhores pais do mundo. Mas, sobretudo, menina do papá. Eternamente infeliz pela morte da minha avó guerreira, vítima de cancro da mama. Eternamente grata pela família que tenho, mesmo quando não o demonstro.
Sofro de variações de humor constantes: num momento sou a dona do mundo, no outro estou no fundo do poço. Já tive uma depressão grave. Não gosto de acordar e ter de dar ou receber beijos de bom dia. Não gosto de dar ou receber beijos de boa noite antes de me deitar. Irrito-me com muita facilidade. Sou organizada no meio da minha confusão. Tenho medo de falhar. Sou perfeccionista. Não vivo sem música. Viciada em séries. Adoro beijos na testa.
Romântica incurável, convicta de que é o amor que nos move. Já sofri muito por amor não correspondido. Já sofri muito por amar demais e não amar quem me amava. Demasiado sonhadora quando deveria ter os pés mais assentes na terra. Choro por tudo e por nada. Rio por tudo e por nada. Espero sempre o melhor das pessoas que me rodeiam. Iludo-me muitas vezes.
Patrícia, vinte e dois anos, um metro e cinquenta e oito de altura. Sou muito mais do que aquilo que penso ser. Quero ser muito mais do que aquilo que sou.
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