A noite já vai longa e com ela vieram as memórias de ti. Pergunto-me se alguma vez irás responder às minhas palavras ou se continuarás a negar a minha existência. Já passaram cinco meses e eu não sei bem o que somos. Nem sei bem se alguma vez fomos.
E eu sei que já repeti tudo isto uma e outra vez, mas estou presa no passado, a tentar perceber o que teríamos sido num futuro. Estou agarrada à lembrança do teu toque e ao cheiro da camisola que deixaste em cima da minha cama quando nos despimos nela uma última vez. É ela que visto quando a solidão me veste a alma. E de alguma forma, eu sabia que aquela noite era a nossa despedida. Só não quis acreditar naquele momento. Ainda assim, dei-te o meu coração para de seguida o atirares contra a parede. Não sei quem deve um pedido de desculpas. Tu por me abandonares ou eu por te amar demais.
Que posso eu fazer? Quando o coração quer, o coração manda. Mas mais do que te amar, neste momento, eu necessito de ti. Apeteces-me. És o que quero. O que mais preciso. Só tu e eu e os nossos corpos.
Para sempre tua.
P.S.: A campanhia tocou agora mesmo. Era bom que fosses tu.
E eras mesmo...