Já há muito tempo que o dia partira e dera lugar a uma bela noite de Verão. Apenas uma leve e quente brisa pairava no ar. Não se ouviam ruídos, apenas as nossas respirações. Lembro-me de estarmos deitados no pequeno terraço abandonado, a olhar o céu, coberto por uma manta estrelada, que fascinava uma qualquer pessoa que admirasse o que víamos naquele momento. A tua mão, lentamente, aproximou-se da minha e, ao primeiro toque estremeci. Não demorou muito até enlaçarmos completamente as nossas mãos. As estrelas continuavam a ser o alcance dos meus olhos, mas sem prever, um olhar misterioso atravessou aquela tela de escuridão. Não foi possível dizer nada, não houve tempo, não foi preciso. A paixão falou por si.
O tempo parou. Os ponteiros do relógio pararam. Não voltou a amanhecer e tornou-se noite para sempre. Os nossos lábios permaneceram unidos sobre o movimento petrificado das estrelas. O vento deixou de soprar e o frio não mais vagueava por entre a escuridão. Entre nós nem o vazio existia. Agarraste-me com a força de quem me quer para sempre. Aqueceste-me o coração.
Queres saber um segredo? Vem, aproxima-te mais para as palavras não fugirem. Ouve bem, com atenção, o que te vou dizer. Acho que estou a ficar apaixonada.
o que me corre nas veias é doce de morango. o meu cérebro é algodão doce e o meu coração uma pipoca.
By Patrícia Lobo - segunda-feira, agosto 22, 2011