Por Patrícia Lobo - segunda-feira, outubro 10, 2011
A memória de uma despedida futura vem assombrar-me o pensamento. Sei que podes ter que partir a qualquer momento e a angústia que me consome é cada vez maior e mais forte. Na verdade, o meu maior medo não é a certeza de que irás partir um dia, mas sim a incerteza de não regressares a casa. Tenho medo de que a tua camisa, minha preferida, perca o teu cheiro. Medo de esquecer as expressões do teu rosto e o brilho do teu olhar das vezes em que fazíamos amor junto ao calor da lareira acesa. Por favor, não te deixes enfeitiçar por ninfa alguma no mar bravo, ou pela bebida em noites mórbidas. Permanece o homem por quem me apaixonei um dia, mesmo que a despedida seja para sempre. Depois do que passámos, deves isso a ambos. E mesmo assim, depois de tanto que já passámos, tenho medo que fique algo por dizer, algo por fazer.
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