Quando os últimos dias não correm como estavas à espera. Quando te sentes sozinha e esquecida por todos. Quando vais sair para estares com os teus amigos, mas lá no fundo sabes que não serás uma boa companhia para eles; não agora. Quando tudo isto aconteceu, ele chegou perto de mim, esticou a sua mão e nela segurava um pequeno caderno, com a capa mais querida do mundo - um panda!
- Fui a uma feira, vi o panda e lembrei-me logo de ti porque sei que adoras!
Sem razão alguma ele ofereceu-me aquilo. Só porque se lembrou de mim! Não tinha palavras para agradecer o carinho. Simplesmente o abracei e beijei o seu rosto. Nunca ninguém me tinha feito algo assim; e foi ele a primeira pessoa. Estou feliz; muito feliz!
Aposto no silêncio porque as palavras podem ser fatais. Num segundo, tudo o que foi já não é; tudo o que é nada chegará a ser.
Se ao menos tudo fosse fácil e eu tivesse mais vezes os pés assentes em terra firme. O teu sorriso nada me importaria, os teus olhos nada me diriam, a tua boca não me mentiria. Talvez eu tenha querido sempre demasiado. Demasiado de ti; ou de mim. Mas, a saudade... Essa faca que espeta profundamente o coração; que altera todas as decisões tomadas em vão e que não me deixa desistir de nós.
Sabes, aquela saudade que me faz sentir um nó na garganta quando estás longe e não sei de ti? Imagina o quanto ela mata quando estás por perto e não te posso tocar.
Admito, sinto demais a tua falta. Não é o querer constante de estar perto de ti e sentir o teu doce odor e sorrir-te de volta. É a necessidade de saber se estás bem e se sentes a minha falta também.
São os pequenos gestos que fazem grande o sentimento. Um sorriso, um toque, uma flor oferecida só porque sim. Vamos dar uma oportunidade a este "nós" que agora renasce. Só porque sentimos falta de ter alguém perto de nós. Mais ainda, porque sentimos falta de nos ter perto um do outro. Vamos fazer da eternidade a nossa casa, construída com chão de amizade, paredes de amor e telhado de confiança. Só porque sim.