Podes sorrir. Podes rir e fazer-me rir. Podemos chorar juntos. Podes bater o pé. Podes ser diferente. Podes abraçar-me. Podemos nos beijar. Podes ser parvo. Podes fugir. Podes voltar... Como sempre fazes.
E a história repete-se, vezes e vezes sem conta. Todas as manhãs, envoltas em nevoeiro, ela olhava pela janela. A esperança no seu coração atingia o auge. Esperava e esperava, por alguém que cruzasse as baixas nuvens que cobriam o alcatrão ao longo da estrada por onde ele supostamente viria. Esperava e esperava, e acabava por desistir. Mas a história repetia-se. vezes e vezes sem conta. Todas as manhãs envoltas em nevoeiro.
"Eu vivo um refrão antigo, feito às pressas, plágio de uma bela melodia. Eu vivo um sonho toda noite, eu vivo a noite todo dia."
É este frio. Foi ele que te trouxe e é ele que te leva agora para longe de mim. Parece que nada mais importa. De facto, não importa.
Partiste e levaste o meu coração contigo, e sem ele e sem ti, são as recordações, as melhores de todas, que aquecem o que restou de mim.