O medo da consequência paira no ar fresco desta noite. A primeira noite sem ti, desde há algum tempo. Desde que os dias quentes se tornaram um vício e partilhámos sempre um pouco mais de nós. Deixei que partisses mais cedo do que previa por ter tomado a tua presença como garantida até ao fim. Agora que não só a minha mente se mantinha confusa, mas também a tua tentava perceber o que realmente significava para ti tudo o que passou como vento, por entre dedos. Muitas almas te conhecem bem e sabem que o teu agir se tornou diferente por alguma razão. Todos partilham o mesmo pensamento, porém ninguém se atreve. Tu muito menos. Mas quero que penses em mim durante esta semana, todos os dias; e não preciso que seja a todo o instante, mas sim apenas por um momento. Preciso que entendas aquilo que o teu coração te quer dizer, mesmo que não seja o meu nome que ele pronuncia. Preciso. Tal como tu. Boa noite, bebucho.
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...
A lua cheia iluminou o meu caminho e encontrei-te. Não sabia o que fazer ou o que dizer, mas nunca neguei interiormente aquilo que sentia por ti. Sinto-o a cada vez que me olhas. A mesma lua, regressou para me encher de coragem - Eu não quero que te afastes de mim. Não te quero perder. E da tua boca a resposta seguiu-se - Nunca me vais perder, garanto-te. Pedi a tua mão e tu cuidadosamente seguraste na minha. Encostei a minha cabeça sobre o teu ombro e, mesmo não sabendo o que estava a fazer, rezei. Rezei para que aquele momento fosse eterno.