Por Patrícia Lobo - sexta-feira, agosto 05, 2011
Começa cedo o dia e bates três vezes na porta da minha casa. Sei que és tu, só podes ser tu a esta hora. Envolve-me um calor humano e harmonioso, acompanhado de um beijo terno de bom-dia. Enquanto continuas a tentar beijar-me a bochecha, o nariz e a testa, tento fechar a porta atrás de ti. Estamos mais à vontade assim, não estamos? Ainda falta tempo para o piquenique e, por isso, vamos ver um filme, daqueles lamechas, em que no final eles são felizes para sempre. Como nós podemos ser um dia, se tu quiseres, tal como eu quero. Lá no fundo eu sei que gostas de os ver. Principalmente comigo. Podemos fazer pipocas e trazer dois copos cheios de sumo fresco para a sala. O sofá está por nossa conta. Pões-te confortável e encostas-te no teu lugar favorito do sofá. Sim, tu tens um lugar favorito. Eu também tenho e é encostada a ti. Assim ficamos, fazendo alguns intervalos repletos de beijinhos, agarrados até o filme acabar. Já são horas de irmos. Chegar à estação demora e o parque ainda fica longe, já para não dizer que temos de preparar o almoço. Saímos de casa. Apressas-te a dares-me a tua mão, como se tivesses medo que fugisse para algum lado. Como se isso fosse possível até. O teu sorriso é radioso e o brilho do teu olhar quando cruza o meu é demasiado especial para o conseguir descrever em palavras, pois não existem suficientes e certas para o fazer. Continuamos assim até à estação do metro e, da estação de metro até ao parque, entre risos, beijos e promessas ternas ao ouvido. Não está muita gente por aqui, talvez por ser quinta-feira, dia de semana. Não há tempo para vir ensinar a filha a andar de bicicleta ou jogar à bola com o filho. Há o sábado e o domingo e quando o é. Arranjámos o sítio perfeito para passar a nossa tarde de verão. Estendemos a manta vermelha sobre a relva verde e fresca e comecei a distribuir as maravilhosas sandes preparadas por ti, enquanto me vestia no quarto, esta manhã. E o sumo de laranja? Uma delícia. Como sei que és guloso, trouxe dentro da minha mala alguns chocolates, daqueles teus preferidos. Não sei onde tinha a cabeça quando os coloquei lá. Ora, eles agora estão derretidos, mas isso não é impedimento para sujares os teus dedos e a seguir o meu nariz, não é verdade? Arrumámos tudo e deitámo-nos na manta. O teu braço direito faz agora de almofada para a minha cabeça e as nossas mãos envolvem-se novamente. O céu está bonito, com algumas nuvens. Não nuvens negras. Brancas, bonitas e com tantas formas diferentes. Tu vês a forma de um coração, mesmo acima das nossas cabeças. É, lá está essa nuvem. Será o meu coração ou será o teu? Tu respondes que é o nosso, porque somos um só. Senti os teus lábios na minha testa. Ai, como eu gosto de beijinhos na testa. Dos teus beijinhos. O dia voou e já se faz tarde. Leva-me para casa, meu amor.
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