O chão que piso, muitas vezes me foi retirado e senti que nunca mais voltaria a estar onde me encontrava. Chorei rios e jurei cumprir promessas que quebrei. Perdi todo o fôlego quando tentei emergir no meio da tempestade. Afoguei-me em mim e na minha dor. Mas renasci. Umas vezes mais forte do que outras, mas nunca mais fraca do que no princípio. Sorri para o céu cinzento e sequei as lágrimas pousadas no meu rosto. Voltei a sonhar e a iludir-me de novo. Mas vivi. Inspirei toda a esperança do mundo para manter o pulsar do coração. Agarrei a oportunidade e deixei-me levar em busca de uma aventura perdida por ti. Parti-me em mil doce pedaços ao relembrar e guardar-nos em mim. Mas amei...
Tu sentes a minha falta, mesmo sem admitires e sem te esforçares para negar. Não te censuro porque faço o mesmo, apesar de arder com o desejo da tua presença.
Não tenho saído de entre estas quatro paredes e nem um pequeno raio de sol ousou tocar o meu rosto. Dói-me a mão de tanto escrever e a cabeça de tanto pensar. A responsabilidade pesa, sem dúvida, mas o que magoa de verdade é a ausência dos que me fazem realmente falta, como tu. É como se todos os relógios do mundo tivessem parado e o tempo teima em não avançar.
Penso que quando o dia de voltar a casa chegar, não vai caber tanta felicidade nos meus cento e cinquenta e seis centímetros de altura!
Como pode uma pessoa ser tão irritante e fazer-me tanta falta ao mesmo tempo? Não sei qual a resposta correcta, mas a verdade é que só tu tens esse dom.
Já sofremos muito um pelo outro; sofremos ainda mais por sermos tão próximos no passado. Somos daquele tipo de pessoa que não se suporta por mais de cinco minutos, mas, por mais tempo que estejamos longe um do outro, nada muda. É este o tipo de relação que temos mantido e tudo estava bem. Mas aquela chapada que nos acorda para a vida e nos faz perceber que de um momento para o outro já nem tudo será como sempre foi, bateu tão forte na minha cara! Já não te vou ver no café. Já não te vou ver a acelerar feito parvo nas estradas da santa terrinha. Não me vou chatear contigo por seres um conas inconveniente. Já não me vais abraçar e dar festinhas na cabeça só para me tirares do sério!
Pensar no nosso passado faz-me querer agradecer-te por todo o apoio que me deste quando precisei, por todos os sorrisos que me arrancaste e por todas as mensagens de bom dia que me enviaste. Faz-me querer mandar-te à merda por todas as vezes que me fizeste chorar e por todos os gritos que me obrigaste a dar. Faz-me querer pedir-te desculpa por ter duvidado tantas vezes da tua genuinidade e por nunca ter retribuído de igual forma toda a amizade, amor e carinho que demonstraste.
Não sei se fizeste de mim uma pessoa melhor, mas sem dúvida que, ao teu lado, descobri quem sou eu na verdade.
Uma despedida nunca é fácil, mas a dor que a saudade provoca vai desvanecendo com o tempo. E quando regressares, vamos aproveitar todos os momentos para matar as saudades e, quem sabe, matar-nos um ao outro só mais uma vez! Adoro-te, Philip!