De entre tudo o que já ouvi sobre o amor, o que mais me intriga é a sua procura. Dizem-me que a melhor forma de procurar o amor é, justamente, não o procurar.
Pois bem, a melhor forma de procurar o amor – digo eu – é deixar que ele aconteça, como acontecem os dias, sem que para isso tenhamos que pedir que mais um venha. O amor vem sim, mas é necessário que, no mínimo, dele estejamos à espera. Se não estivermos na estação é bem possível que, chegado aí, ele se meta na carruagem e parta de novo, sem que nunca saibamos que um dia ele aí esteve.
A verdade do amor – e toquem os sinos, cantem as crianças afinadas – é que não somos nós que o procuramos, é justamente ele que nos encontra...
Ninguém morre por amor, não é? Mas achas que temos de aceitar algo que não gostamos? Achas que temos de aceitar que a pessoa que amamos possa ser feliz com outra pessoa? Temos não é... Se não era egoísmo. Mas, achas que vale a pena continuar a lutar? Vale a pena esperar? Que o nosso dia chegue?
Se tiver de ser, será. Por isso, continua a lutar até ao fim, mesmo que não saibas até onde terás de ir para o encontrares. Porque valerá sempre a pena esperar por quem nós amamos. Mesmo que essa pessoa já tenha encontrado a felicidade noutro coração. Porque quem ama de verdade, nunca desiste. Não por vontade própria. E porque amamos, também devemos aceitar o bem dessa pessoa, a sua felicidade. Porque... Se tiver de ser, será. E quem sabe se não é amando essa pessoa que acabarás por te deixar conquistar por outra que te fará bem mais feliz? Que te dará bem mais; que te quererá bem mais; que te amará como nunca ninguém amou...
Perco-me nesses teus olhos cor de amêndoa e só volto a encontrar-me quando não estás por perto. Sou frágil ao teu lado; sinto que vou ceder a qualquer instante. E enquanto o vento gelado me abraça, eu rezo para que ele te traga. Mas já não sei se te quero. Não me entendo. Quero que sejas livre e feliz; e ao mesmo tempo, feliz e livre comigo. Boa noite, bebucho.
Juntos, rimos até que a dor no estômago seja insuportável e que as lágrimas de entusiasmo descubram o nosso sorriso. Foi bom ter-te encontrado.
A chuva ia caindo sobre o meu rosto. Desprotegida, deixei que as gotas de água me atingissem e trouxessem as lembranças, sem que me opusesse. Recordações primaveris que apeteciam ter de volta. E a saudade regressou; e a saudade permaneceu.
Ela ama. Ele não corresponde.
Ela sofre. Ele não está nem aí.
Ela afasta-se. Ele sente a sua falta.
Cliché.
Passaram-se quatro estações e, pela primeira vez, não senti toda aquela necessidade letal de te envolver nos meus braços, como uma criança abraça o seu peluche favorito. O meu corpo limitou-se a manter a distância suficiente para que trocássemos frases banais e fumássemos o nosso cigarro debaixo do pequeno alpendre. Mas, durante os poucos minutos que permanecemos lado a lado, o meu olhar obrigou-me a contemplar o teu ser e, dei por mim a questionar-me sobre o verdadeiro amor - será que ele morre de um dia para o outro? Concluí que talvez este amor esteja apenas adormecido para que eu consiga ser feliz noutro lugar.
Abraços inesperados com sabor a mentol e cheiro de relva molhada. É sempre melhor quando se sentem dois corações vivos. Sabe sempre melhor.
Saudade, acima de tudo o que possa estar a sentir neste momento. Saudade de ti; e de nós. Sei que a distância não importa quando existe algo mais forte a unir duas almas, mas sinto falta dos fins de tarde na esplanada da estrada principal, entre copos e cigarros e conversas com todo e nenhum sentido. E sabes, gostava de repetir o passado e contar-te todas as aventuras ainda não proferidas; ou falar-te apenas de quem se tornou especial. Sei bem que a felicidade se instalaria no teu rosto quando entendesses que voltara a saber sorrir.
Não consigo esquecer a tua silhueta, enquanto caminho pelas ruas da grande cidade. Cada esquina faz-me recordar-te. O movimento automático dos meus pequenos pés, levam-me ao passado. E a minha alma eleva-se quando volto a ouvir a tua voz chamar por mim; e o teu odor mistura-se com a brisa da manhã que desliza sobre os meus cabelos, fazendo-me inspirar a paz. O meu corpo segue o som das tuas palavras e o nosso olhar não se cruza. Não estás presente; nunca tiveste. Foi apenas mais uma facada deste meu inútil coração.
Tento saber como é que vai ser,
Se posso viver sem ti.
Tento fugir mas eu só penso
Na hora em que estás aqui.
Tu nunca vens e quando apareces,
Finges que não há nada.
Deixas-me só, sempre a pensar
Que chegámos ao fim da estrada.
Tento manter a calma; às vezes, parece que não te ligo.
Pode parecer até que te esqueço, mas só quero estar contigo.
Pode parecer que sou livre, mas eu estou preso a ti.
Às vezes disfarço e não consigo,
Mas eu só penso na hora em que estás aqui.
'Cause to love you means so much more. When I need to cry, you make me try. I want to die and ask me why! 'Cause I can't fight no more. (...) When I wanted to stop, when I wanted to fail, I saw your eyes and I believed there's so much more... So much more...
A atmosfera continua pesada contigo presente. Pesa na alma, este amor perdido que não se encontra. O teu olhar cada vez mais distante assusta-me, apesar de saber que o teu sorriso continua verdadeiro. Mas essa tua essência parece desaparecer de dia para dia. A tua luz parece fraca. Não pareces tu. E intriga-me e invadem-me as tuas atitudes, porque não as sei explicar; porque não sei sentir aquilo que estás a sentir. Não consigo entender o porquê do teu silêncio; o porquê da tua ausência.