Palavras. Podem dizer-nos tudo ou nada. São capazes de destruir ou fazer alguém renascer. Muitas vezes, conseguem tudo isso ao mesmo tempo. Palavras são como pessoas, por isso, não devemos procurar a sua perfeição, quando qualquer um de nós tem a capacidade de interpretá-las da forma que quiser e dar-lhes qualquer sentido. Aprendi isso hoje, quando chorei pelas tuas palavras. E jurei que mais ninguém me iria pisar com aquilo de que demais precioso tenho. Palavras. Algumas, deixaram-me ir ao fundo, mas logo outras me trouxeram para cima. As pessoas também assim o são - incertas. E a incerteza faz com que o coração doa e que os olhos ardam lotados de lágrimas salgadas; e as atitudes fazem-me sentir vazia porque, por momentos, deixei de ver nos teus olhos o reflexo da minha pessoa. Quem mudou, afinal?
Vinte e sete dias, uma eternidade e a saudade sufoca. Tem sido difícil sem ti, papito. Nada tem a mesma intensidade. Ou talvez tenha sido apenas eu a perder-me na lembrança da tua gargalhada. Como se tudo se concentrasse nessa melodia contagiante que me faz acreditar que a felicidade está ali mesmo, diante dos meus olhos. Sem complicações ou limitações. Os teus verdes e doces olhos, sinto falta deles. E das manhãs agitadas, carregadas dessa tua personalidade e boa disposição. E tenho saudades de ouvir e cantar contigo a Wish You Were Here. A nossa música; aquela que me cantaste ao ouvido quando estive doente. Sabes, hoje sou eu que desejo que aqui estivesses. Volta depressa. Quero o teu abraço. É nele que me sinto verdadeiramente em casa. Amo-te, papito.
Vi nos teus olhos a cor da saudade. O reflexo de todos os momentos. A dor por já não sermos o que outrora conquistámos. Não achas que está a ficar tarde? Tarde demais para nós.
E eu tinha tantos sonhos para nós. Sonhos que tu nem imaginaste. E tantas vezes eu te fiz sorrir, com a esperança de que um dia fosse eu o motivo de cada sorriso teu. Sabes, existem sorrisos que matam. O teu tinha esse poder em mim.
Quantas vezes o batimento do meu coração falhou? Não sei. Mas cansei-me. Cansei-me de não ser o motivo de alguém. O sonho. A curva perfeita dos teus lábios. E quantas vezes olhei para trás? E quantas mais me arrependi? Não sei. Mas aprendi a ser feliz; amando quem nunca me abandonou, quem nunca me deixou desistir de mim. Eu mesma.
Gosto de príncipes e princesas e histórias de encantar. Gosto de sorrir e falar. Nunca estou calada se estiver feliz. Escrevo porque não sei desabafar de outra forma e também gosto de contar histórias à minha maneira. Adoro o pôr-do-sol e o amanhecer. Adoro a noite. Uma boa bebida, um bom cigarro e uma boa companhia. Música, não vivo sem música. Nem sem aqueles que são a melodia do meu coração. Não gosto de estar longe do meu Papito. Não gosto de discussões, gritos e lágrimas. Odeio praia e chuva. Não sou louca por adrenalina, mas gosto de tocar nas campainhas e fugir.
Inspiro vontade de viver. Expiro amor. Sou uma alma sonhadora e espero sempre o melhor da vida. Desiludo-me demasiadas vezes por isso.
Mas hoje, sou mais feliz do que ontem. E amanhã, já terei dado mais um passo em direcção à felicidade.
Eles sentem a tensão da atracção. Como se os seus corpos possuíssem algo magnetizante, projectando-os para o romance e a chama. A trocar de olhares, a pulsação acelerada, o sangue fervilhante. Mais um copo de vinho e um sorriso. Um toque. Um murmúrio. Um beijo. Uma noite.
Nem todos são capazes de segurar as minhas lágrimas. Poucos são aqueles que têm a coragem de tentar secá-las. Raros são os que me conseguem arrancar a verdadeira vontade de sorrir com gargalhadas altas que me deixam sem ar. Sempre discreto, manténs-te fiel a quem te é fiel e essa é a melhor qualidade que vejo em ti. Preocupação, carinho, amizade. Qualidades tuas de que me orgulho também. Podem vir tempestades, Invernos, furacões, e eu sei que se olhar à minha volta, estarás lá, a caminhar ao meu lado. Sem ti, já nada seria a mesma coisa. E, pela primeira vez, sinto todo o significado dessa expressão.
Bebi o aroma dos teus cabelos enquanto os teus lábios me faziam arrepiar e ter pele de galinha. Rodopiava no ar o cheiro a álcool e cigarros e eu começava a gostar de estar assim contigo. Por entre a escuridão da noite, conseguíamos sentir o olhar intenso das almas curiosas que nos seguiam, sem nos importarmos. A sobriedade, há muito que não habitava em nós e, acabei por acender o último cigarro, tentando perceber se tudo aquilo era real. O fumo que acabara de expirar, cegou-me por instantes e, naquele momento, possuí todas as certezas. Seguraste firmemente a minha mão na tua e o teu rosto parecia carregado de preocupação. Sorri para te mostrar que tudo estava bem. E então, vi o amanhecer no teu olhar.
Quero segurar este e outro mundo com apenas duas mãos. Guardar a dor de quem me é próximo, apenas para ver um sorriso. Esqueço-me também de que sou apenas um ser humano. Carne e osso. Não ferro. E por tanto querer, não consigo evitar toda a tristeza que cai sobre mim.
Hoje, perguntaram-me porque estava diferente. Mais distante, mais fria, mais triste. Respondi apenas que tinha motivos para isso.