Não entendo, mas também não quero pensar demais sobre o assunto. Agarro no copo de vidro cristalino, esquecido sobre a velha mesa de madeira. Tento distrair-me da imensa vontade de fumar. Não o faço há alguns dias, mas a vontade regressa muitas vezes. Sempre me soube bem reflectir na companhia de um cigarro. A minha vida tem dado tantas voltas quanto uma bailarina presa numa caixinha de música. Ironicamente, tal como ela, tudo permanece igual e de regresso ao ponto de partida, ainda que tudo pareça estar em constante mudança. É a emoção da expectativa que me faz mover, quando também é a mesma que me tira todos os sonhos que inventei e que alegraram o meu coração por momentos. É difícil não viver num mundo de ilusões, quando nada mais conheço. E por que é que quando tudo parece estar bem, há sempre algo que teima em estragar tudo?
Quando esses teus olhos verdes me envolvem, consigo acreditar que um dia nada será como hoje conhecemos se soubermos arriscar tudo na altura certa. Mas será certo? Seremos certos? Gosto de acreditar que sim quando mostras no teu rosto aquele sorriso tímido, envolto em mistério. Permaneço imóvel como se tentasse decifrar-te. Decifrar todos os segredos e surpresas e sentimentos escondidos num ser frágil. É assim que eu te vejo. Frágil e reservado. Alguém que espera, tal como eu, que a oportunidade chegue, sem qualquer aviso. Alguém que, tal como eu, quer viver a aventura de uma paixão ardente, sem nunca o ter demonstrado.
Somos iguais, sabes. Tão iguais que me causa arrepios. Mas não recuaria se o sonho de ontem se tornasse realidade amanhã; se o toque fosse tão suave e o beijo tão intenso. Dizem que se sonhamos, então somos também capazes de fazer com que tudo aconteça. Basta acreditar que, quando a oportunidade chegar, seremos capazes de agarrá-la. Seremos certos.
As vozes ecoam na sua cabeça. Ela sente-se deslocada neste mundo. Incompreendida. Grita em silêncio mas ninguém parece ouvir. É como se tivesse a certeza da solidão. Como se o vazio possuísse braços para a envolver.
Palavras. Podem dizer-nos tudo ou nada. São capazes de destruir ou fazer alguém renascer. Muitas vezes, conseguem tudo isso ao mesmo tempo. Palavras são como pessoas, por isso, não devemos procurar a sua perfeição, quando qualquer um de nós tem a capacidade de interpretá-las da forma que quiser e dar-lhes qualquer sentido. Aprendi isso hoje, quando chorei pelas tuas palavras. E jurei que mais ninguém me iria pisar com aquilo de que demais precioso tenho. Palavras. Algumas, deixaram-me ir ao fundo, mas logo outras me trouxeram para cima. As pessoas também assim o são - incertas. E a incerteza faz com que o coração doa e que os olhos ardam lotados de lágrimas salgadas; e as atitudes fazem-me sentir vazia porque, por momentos, deixei de ver nos teus olhos o reflexo da minha pessoa. Quem mudou, afinal?
Vinte e sete dias, uma eternidade e a saudade sufoca. Tem sido difícil sem ti, papito. Nada tem a mesma intensidade. Ou talvez tenha sido apenas eu a perder-me na lembrança da tua gargalhada. Como se tudo se concentrasse nessa melodia contagiante que me faz acreditar que a felicidade está ali mesmo, diante dos meus olhos. Sem complicações ou limitações. Os teus verdes e doces olhos, sinto falta deles. E das manhãs agitadas, carregadas dessa tua personalidade e boa disposição. E tenho saudades de ouvir e cantar contigo a Wish You Were Here. A nossa música; aquela que me cantaste ao ouvido quando estive doente. Sabes, hoje sou eu que desejo que aqui estivesses. Volta depressa. Quero o teu abraço. É nele que me sinto verdadeiramente em casa. Amo-te, papito.
Vi nos teus olhos a cor da saudade. O reflexo de todos os momentos. A dor por já não sermos o que outrora conquistámos. Não achas que está a ficar tarde? Tarde demais para nós.
E eu tinha tantos sonhos para nós. Sonhos que tu nem imaginaste. E tantas vezes eu te fiz sorrir, com a esperança de que um dia fosse eu o motivo de cada sorriso teu. Sabes, existem sorrisos que matam. O teu tinha esse poder em mim.
Quantas vezes o batimento do meu coração falhou? Não sei. Mas cansei-me. Cansei-me de não ser o motivo de alguém. O sonho. A curva perfeita dos teus lábios. E quantas vezes olhei para trás? E quantas mais me arrependi? Não sei. Mas aprendi a ser feliz; amando quem nunca me abandonou, quem nunca me deixou desistir de mim. Eu mesma.
Gosto de príncipes e princesas e histórias de encantar. Gosto de sorrir e falar. Nunca estou calada se estiver feliz. Escrevo porque não sei desabafar de outra forma e também gosto de contar histórias à minha maneira. Adoro o pôr-do-sol e o amanhecer. Adoro a noite. Uma boa bebida, um bom cigarro e uma boa companhia. Música, não vivo sem música. Nem sem aqueles que são a melodia do meu coração. Não gosto de estar longe do meu Papito. Não gosto de discussões, gritos e lágrimas. Odeio praia e chuva. Não sou louca por adrenalina, mas gosto de tocar nas campainhas e fugir.
Inspiro vontade de viver. Expiro amor. Sou uma alma sonhadora e espero sempre o melhor da vida. Desiludo-me demasiadas vezes por isso.
Mas hoje, sou mais feliz do que ontem. E amanhã, já terei dado mais um passo em direcção à felicidade.
Eles sentem a tensão da atracção. Como se os seus corpos possuíssem algo magnetizante, projectando-os para o romance e a chama. A trocar de olhares, a pulsação acelerada, o sangue fervilhante. Mais um copo de vinho e um sorriso. Um toque. Um murmúrio. Um beijo. Uma noite.
Nem todos são capazes de segurar as minhas lágrimas. Poucos são aqueles que têm a coragem de tentar secá-las. Raros são os que me conseguem arrancar a verdadeira vontade de sorrir com gargalhadas altas que me deixam sem ar. Sempre discreto, manténs-te fiel a quem te é fiel e essa é a melhor qualidade que vejo em ti. Preocupação, carinho, amizade. Qualidades tuas de que me orgulho também. Podem vir tempestades, Invernos, furacões, e eu sei que se olhar à minha volta, estarás lá, a caminhar ao meu lado. Sem ti, já nada seria a mesma coisa. E, pela primeira vez, sinto todo o significado dessa expressão.
Bebi o aroma dos teus cabelos enquanto os teus lábios me faziam arrepiar e ter pele de galinha. Rodopiava no ar o cheiro a álcool e cigarros e eu começava a gostar de estar assim contigo. Por entre a escuridão da noite, conseguíamos sentir o olhar intenso das almas curiosas que nos seguiam, sem nos importarmos. A sobriedade, há muito que não habitava em nós e, acabei por acender o último cigarro, tentando perceber se tudo aquilo era real. O fumo que acabara de expirar, cegou-me por instantes e, naquele momento, possuí todas as certezas. Seguraste firmemente a minha mão na tua e o teu rosto parecia carregado de preocupação. Sorri para te mostrar que tudo estava bem. E então, vi o amanhecer no teu olhar.
Quero segurar este e outro mundo com apenas duas mãos. Guardar a dor de quem me é próximo, apenas para ver um sorriso. Esqueço-me também de que sou apenas um ser humano. Carne e osso. Não ferro. E por tanto querer, não consigo evitar toda a tristeza que cai sobre mim.
Hoje, perguntaram-me porque estava diferente. Mais distante, mais fria, mais triste. Respondi apenas que tinha motivos para isso.
Look into my eyes
It’s where my demons hide
It’s where my demons hide
Don’t get too close
It’s dark inside
It’s where my demons hide
It’s where my demons hide
Imagine Dragons - Demons
Questiono-me, a cada pôr-do-sol, se serás a pessoa certa. Corações não pensam. O meu não é excepção, mas também não sabe sequer o que sente. A mesma confusão de sentimentos de sempre. A mesma incerteza me percorre.
Dá-me um pouco mais de ti.
Deixei de acreditar nesse teu amor. Esse amor que te dá murros em vez de borboletas na barriga; que te mata em vez de te renascer. E a cada dia, um pouco mais de ti se vai perdendo. Um pouco mais de ti se torna irreconhecível aos meus olhos. Negra, a alma de um ser outrora possuidor de luz própria. Como te perdeste? E como é que eu não estava lá para te impedir? Desculpa, mary.
Sentia a relva fresca a cada passo e inalava o cheiro de primaveras passadas. Invadiam-me o rosto partículas de vento e felicidade enquanto relembrava quem me pertenceu um dia, sem mesmo nunca me ter pertencido.
Longe estão os sentimentos que um dia assaltaram o meu coração. Perto estão as memórias que fizeram reviver a minha alma.
É por isso que sorrio quando recordo a curva perfeita dos teus lábios. E, hoje, eu sei o que significa amar eternamente; mesmo que não volte a ser primavera.
Queres ser feliz? Então luta por ti própria, foda-se!
O tempo passa e o que achei demais um dia, tornou-se vital para que sorrisse a cada amanhecer. Tudo o que acreditei que nunca teria, tu soubeste como me dar. Não há implicância mais amorosa, nem confiança tão calorosa como a nossa. E seja de que maneira for, eu sei que fomos feitos um para o outro.
Sentes aquilo que sinto? Diz-me que sim. Diz-me que pegarias fogo aos nossos corpos só para mais tarde renascermos unidos. Diz-me que reinventarias o amor para consertares o meu inútil coração. Diz-me que sim; que farias tudo isso por mim.
Porque sinto falta do teu sorriso e do entusiasmo que deixas em mim. Porque os dias sem ti já não têm a mesma doçura.
No próximo amanhecer pode ser tarde demais. Por isso, corre atrás de quem sabes que te fará feliz. Não tenhas pressa, mas não desperdices tempo com todos os teus receios e indecisões. A vida é demasiado curta para lhes dares atenção. Porque no próximo amanhecer pode ser tarde demais e eu posso já estar abraçada a um outro alguém. E só aí vais perceber que querias estar no seu lugar? Que querias ser o tal, o único, aquele que me abraça e me sussura ao ouvido? Corre, porque apesar de ter não pressa, tenho uma vida pela frente. E tu não vais querer ser a oportunidade perdida.
Sinto-me frágil. Mais uma vez, retiraram o chão abaixo dos meus pés. O meu coração chora por tamanha ingenuidade. E eu achava que por ter sido forte uma vez, não me voltaria a magoar - que erro fatal.
Tantos os sentimentos que poderia descrever; tantos os momentos que poderiam ser eternos; tantos os suspiros que teriam acabado num longo e demorado beijo se não fossemos demasiado cobardes. Tanto para escrever e não sei que palavras seriam suficientes para ecoarem de uma forma tão doce como tu. Ou tão diferente. Ou, simplesmente, única.
Sonhei. Experimentei a dor de te perder, sem nunca teres sido realmente meu; pelo menos, não da forma como te quero. Foi como se o sol não mais amanhecesse do outro lado da colina e as flores do pequeno vaso púrpura não mais desabrochassem. Não senti o chão abaixo dos meus pés, descalços de protecção e cumplicidade. Deixei-me cair lentamente e então, tudo ficou sem cor. Percebi que sem ti nada à minha volta tem sentido; nem mesmo eu. Fazes parte de mim, agora. Sonhei e, algo vibrante fez-me despertar, - 1 mensagem nova | Mark... E é sempre bom acordar com a certeza de que nunca te vou perder.
Podia ficar horas a ver-te sorrir. Só porque sim; porque é o teu sorriso que me faz sentir borboletas na barriga. E eu sorrio, em jeito de retribuição, um pouco desajeitada. Sabes que eu sou assim; um pouco louca, um pouco aluada. No fundo, eu sei que achas uma certa piada. Porque sorris de todas as vezes que eu tropeço no ar ou que falo sozinha, como se isso fizesse de mim alguém quase-perfeito. Não sei o que vês quando me olhas, mas gosto que o faças.
Fazes-me duvidar dos meus próprios princípios. Porque és tão certo, quando mais parecemos errados; e não existe nada errado que pareça tão certo como nós.
Ainda é cedo e queria voltar para a cama.
Imagina um jardim carregado de bonitas flores. Se não o regares, todas as flores morrerão. Se cuidares dele, todas elas se manterão. Mas se lhes deres mais do que aquilo que suportam, elas acabarão por murchar. Imagina que somos esse mesmo jardim. Respiramos o aroma da confiança e amizade. Devemos manter-nos assim? Ou devemos arriscar tudo aquilo que temos, na esperança de algo mágico?
We're just ordinary people.
(...)
Maybe we should take it slow.
Com o cair do pano negro no horizonte, regressou a chuva miúda que nos reinventou os pensamentos, neste Inverno. Imaginei-te imóvel no jardim da minha casa. Pisavas a relva, delicadamente, com os pés descalços de medo e covardia. A tua cabeça ergueu-se e, os teus olhos, comtemplaram-me como se eu fosse uma estrela cadente suspensa no ar ou apenas uma pequena rosa capaz de te enfeitiçar. As gotas de água caíam do vazio e deslizavam no teu rosto, parecendo lágrimas. Parecendo, cada uma delas, um pedido de desculpa; por não teres lutado por dias melhores ou por nem sequer teres tentado recuperar um coração que batia por ti. Não te esqueças que nunca é tarde demais para nós. Boa noite, bebucho.
O trilho que os nossos corações atravessam encontra-se repleto de buracos na terra, regados e preenchidos pelas lágrimas que ao longo do tempo se foram soltando. Usa as palavras sábias que um dia me proferiste para que um sorriso sincero no meu rosto reaparecesse. Fá-las falar com o teu coração e deixa que ele as oiça. Eu sei que o céu parece demasiado escuro e, nem a lua te consegue guiar nesta noite que teima em permanecer, mas nunca desistas daquilo que verdadeiramente te pode fazer feliz: tu próprio!
Guardo cada sorriso teu solto no ar. Fazes-me bem, enquanto o mundo lá fora continua demasiado disperso, tentando perceber as nossas reais intenções. Duas almas que se encontraram. Dois corações que batem em protecção um do outro. E que tudo permaneça tão doce como hoje; tão suave como o amanhecer que se mostrará em breve.